quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Concentração é tudo



Acordei às 9:15hs, com a sensação que hj o meu dia seria mais um daqueles dias rotineiros. Levantei, escovei os dentes e fui assistir desenho, levantei pra preparar um café, enquanto esperava começar meu desenho preferido (Dragon ball Z) rsrs...

Enfim, à tarde, fui ao shopping com um amigo pra ele ver uma antena para a tv a cabo que ele tinha acabado de comprar.

A noite fui pro curso de teatro, que também naum tava muito animado, pois só apareceram 3 alunos, contando comigo.

Mas foi daí que percebi que a aula naum seria tão chata como parecia, muito pelo contrário, foi a MELHOR aula de teatro que ja fiz em toda minha existência. Velho, vc naum tem noção...

Deixa eu resumir a minha trajetória teatral pra vcs.

Tudo começou no dia 6 de janeiro de 2009, quando entrei pra minha primeira oficina de teatro que teve um mês de duração. Durante essa oficina fui aprendendo exercícios para soltar o corpo, se desinibir e tals... mas a fazer teatro que é bom, NADA. Em abril, voltei a fazer mais uma oficina, com duração de um mês, novamente um desastre.
Meu sonho era que aquilo acabasse logo. Tinha um tal de um exercício em que a gente corria pela sala e ficava jogando uma bolinha verde pra lá e pra cá. "Ô, pai, dai-me forças", resmungava comigo mesmo, acabando essa tortura e fazendo uma mostra ridícula no final, em que os personagens passavam o tempo todo num ônibus fictício, só pra nós, é claro, pq eu duvido que quem tava assistindo conseguiu enxergar algum ônibus ali e, se conseguissem, imaginavam um ônibus gigaaaaaaaaaaaaante com saídas e entradas de todo lado, (VC PODE IMAGINAR O BREGA QUE FOI AQUILO?). Enfim, acabando essa oficina que eu nunca deveria ter entrado, segui para um curso mais puxado, que duraria 8 meses, mas pra mim só durou 5 pq odiava exercícios e faltava todas as aulas. Só passei a frequentar quando foi entregue o texto da peça que apresentaríamos no fim do curso...
Até aí, tudo bem... ou melhor, eu pensei que estava tudo bem. Assim, o nosso professor e direitor marcou duas leituras de textos antes das apresentações. Quer dizer, duas leituras de textos performáticas. A única diferença dessa leitura para a peça era que naum iríamos usar cenário nem figurino, o que fica muito mais difícil pra passar aquela verdade pra platéia. Resultado: "O LEOZINHO BONITINHO QUE SE ACHAVA O MÁXIMO EM INTERPRETAÇÃO FOI UM VERDADEIRO ROBÔ, SEM EMOÇÃO, SEM NEXO, SEM NADA.
Chorei muito quando saí de lá. No segundo dia decidi que se eu repetisse o mesmo "espetáculo" que fiz na primeira vez, sairia do teatro e nunca mais voltava em um palco. Resultado? por insistência e ousadia consegui fazer 1% diferente. Digamos, foi menos "pior" pra naum dizerem que naum tenho auto-estima (rsrs..)... Até pq eu naum tinha preparação. Enfim, montamos uma companhia e eu fui fazer um curso extra por fora, pra tentar melhorar o que eu chamava de "talento".

E foi aí que o inusitado aconteceu. "Lá naquela aula que so apareceram 3 alunos, contando comigo lembra?" Então, o professor fez um pontinho com uma caneta verde na parede e em volta do ponto uma espiral. Depois pediu pra que nós ficássemos de pé e olhássemos somente pra aquele ponto, pra que a gente se concentrasse e, mesmo que o mundo acabasse para nós só existia aquele ponto e assim foi. Cravei meus olhos no bendito do ponto verde, que nem uma avalanche iria tirar meus olhos dele. Foram 30 minutos ali parado (EU ACHO, RSRS...), olhando pra aquele ponto. Isso, o ponto vinha em cima de mim, corria pela parede, sumia e aparecia. Todos a minha volta desapareceram, era só eu e ele, o ponto. Depois de quase pedir PPU, Fábio, o diretor, mandou a gente sentar, fechar os olhos e desligar tudo da nossa mente, penssar em absolutamente nada, só se concentrar. E assim foi... Velho, meu corpo ia se entortando e eu fazendo força pra manter ele ereto e meu pescoço ia caindo sozinho, até que cansei e deixei meu corpo ficar todo torto. Eu num tava dentro dele mesmo (JURO QUE NAUM), eu me concentrei de tal forma que acho que saí do meu corpo, viajei dentro do nada, naum tinha mais o auto controle do corpo, minha respiração parou e naum me fez falta alguma. Ou então eu respirava muito discretamente, pq naum sentia o oxigênio entrar e sair por minha narinas. Depois de um tempo o diretor mandou a gente mexer os dedos das mãos bem devagar. Eu podia ouvir ele, mas obedecer as ordens era difícil, parecia que eu tava preso em outra dimensão. Vc pode imaginar? E quando ele viu que eu naum conseguia fazer o que ele pedia, veio até mim e me ajudou, guiando minhas mãos. Quando despertei foi uma sensação incrível: tava cansado e fraco. Fábio disse que o movimento seria repetido até que nós nos acostumássemos, para ter o domínio sobre o nosso corpo, para fazer com ele tudo o que a arte nos exige e eu adorei isso. Foi aí que percebi que nunca me entreguei de verdade para o teatro, que nunca parei e disse para mim mesmo "eu vou me concentrar para interpretar".
Então passei uma borracha em cima de tudo que já fiz no teatro e registrei esse como meu primeiro dia de aula.


Frase do Dia

"Nada é mais eficaz do que inspirar e expirar lenta e profundamente para administrar algo que você não pode controlar, e a seguir se concentrar naquilo que está bem na sua frente."

(Oprah Winfrey)

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